segunda-feira, dezembro 29, 2008

Ghost Town

IMDb | Sítio Oficial

I see dead people.

Ricky Gervais odeia pessoas. Até aqui tudo bem. Faz todo o sentido.
Devido a um incidente (não falarei mais sobre o assunto porque até achei piada à maneira como a coisa foi revelada), Ricky consegue agora ver fantasmas. Assim que estes se apercebem, passam a importunar o cavalheiro em todo o lado. A ideia (cliché, claro) é que os defuntos não podem seguir em frente enquanto não resolverem um qualquer assunto com os que ficaram para trás.
Um destes fantasmas é Greg Kinnear, que chateia o Ricky para lidar com a situação da ex-mulher. Greg está chateado porque está com outro homem, com quem vai casar. Pede ajuda a Ricky para romper o relacionamento. Segundo Greg, o novo rapaz é um malandro e não é bom para a ex. Ao aceder, finalmente, Ricky vê-a e apaixona-se.
E aqui entra a premissa que é verdadeiramente ridícula! Comparado com isto, ver mortos é a coisa mais plausível do mundo!! Estas pessoas de hollywood querem fazer-nos crer que um bumbling fool como o Ricky, com o seu peso a mais e dentes de vampiro, consegue conquistar uma fabulosa mulher como a Téa Leoni!!!!! Não, isto não é possível, meus amigos. Ainda para mais a ideia é a mais estereotipada de sempre. Insinuam que o Ricky conquista-a com humor. Porque o novo namorado é demasiado sério e não a faz rir!!! Yeah, right!!
Ponto número um: É absurdo quererem fazer-nos crer que o Ricky seria capaz de roubar uma mulher ao Rocketeer.
B - Uma pessoa quando é genuinamente engraçado, é sempre engraçado, independentemente das circunstâncias. Quando alguém é aquele tipo de engraçado que está sempre a mandar bocas e a fazer rir as pessoas, não há maneira de desligar o interruptor. Não me considero ser um gajo com piada. Tenho a mania que sou e, como tal - e ainda devido ao facto de só me dar com pessoas com um fraco sentido de humor -, não consigo resistir minimamente a mandar uma boca. Posso estar de mau humor. Posso estar chateado com alguém. Posso estar a meio duma briga, em plena discussão. Pode ser um ambiente menos apropriado ou inóspito para humor. Não interessa! Se aparece a oportunidade de mandar uma piada, eu mando. E seria o mesmo com o Ricky. É daqueles gajos que tem sempre uma boca na ponta da língua. Por muito chateado ou desiludido com a vida, não iria começar a mandar bocas só porque conheceu uma mulher.
Em todo o caso, isto só serve para realçar o ridículo da situação. Pessoas de certo nível acasalam com pessoas do mesmo nível. Seja de beleza, interesse, estatuto social, situação financeira.

Remeto-vos para um episódio do Cupido. Será quiçá o único sítio onde vi escritores e realizadores e afins a lidarem com esta trama duma forma realista.
Neste episódio, uma mulher muito atraente (hoje em dia casada com o Ben Stiller) pede ao agora mundialmente reconhecido Jeremy Piven ajuda para encontrar um homem... como é que hei de pôr isto? Alguém simpático e que goste dela por ela e não por ser atraente. A moça tinha acabado com o namorado, um homem extremamente atraente e sucedido, mas que não a tratava com respeito, segundo ela. Jeremy começa à procura de candidatos, que acabam por responder a este «anúncio pessoal». Dentro duma lista de potenciais, a moça escolhe um rapaz pouco... novamente falta-me a expressão mais adequada. Podemos considerar o cavalheiro como um loser! Muito simpático. Engraçado. Bom rapaz. Mas feiinho, claro. Fazem ainda um ou dois encontros e, após uns momentos iniciais contrangedores, acabam mesmo por criar uma empatia. Têm bocas em comum e partilham alguns momentos muito bons. Ele começa a ficar louco por ela, apesar de saber da impossibilidade da relação. Ela gosta dele e fica surpreendida com isto.
Final: Bastou ao ex-namorado ligar para voltar para ele.
Não dá hipótese! Esta é a realidade das coisas. Mulheres bonitas ficam com homens bonitos. Por muito que não sejam os parceiros ideais. O pior da coisa é que elas sabem disto! Quando a moça volta a sair com o ex, tenta partilhar algumas das brincadeiras que tinha tido com o loser. Não funciona, claro. Ele não tem o mesmo (ou nenhum) sentido de humor. Ela percebe que com o bonitão nunca se irá divertir, ou ser ela mesmo, ou até ser feliz. Ela volta para o loser depois disto? Não.

Uma última nota para Téa.
Conheci-a ainda miúda no Bad Boys. Não lhe achei piada nenhuma, na altura. Ainda a terei visto mais uma vez ou outra, mas nunca chamou a atenção. Não saberia sequer o nome dela, naquela fase. Até ao Family Man.
UAU!!!!! Aí finalmente vi a mulher que se tinha tornado.
A história ajudou e muito. Uma moça que abdicou da carreira para estar com o homem que ama e ser feliz. O facto dela ser a mulher da vida de Nicolas Cage, the one that got away. Enquanto público, temos que perceber porque é que Nic abdicaria de tudo também e faria tudo para estar com aquela mulher. Téa faz-nos ver isso perfeitamente.
A seguir encantou-me no Spanglish. Algo abafada por Paz Vega, talvez. Mas mesmo assim!
Mesmo sendo uma cabra e não fazendo sentido [SPOILER ALERT!!!!!] porque é que Sandler está com ela, é Téa e percebe-se!
Sim, Téa Leoni vai para o meu Top 10. De caras!

E, com este filme, bato o recorde de filmes vistos num mês, deste ano. Esperemos que seja para manter o ritmo, daqui para a frente.

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