domingo, janeiro 12, 2020

Where'd You Go, Bernadette


Sobre a personagem...
É daqueles génios. Coisa rara de aparecer no mundo. Capaz de tudo, incapaz de não ser tudo. Maravilhoso de se ver em cena, de saber das coisas à distância. Enquanto espectador, não temos como não admirar e ser entretidos com todas as extravagâncias e particularidades de alguém tão genial como Bernadette. Até porque vemos o que está por detrás das extravagâncias e particularidades. Já se tivermos de lidar com alguém assim imagino que não seja nada fácil. Porque entra em confronto com o nosso espaço, com as nossas coisas. Porque seremos uma força oposta, e não simplesmente uma entidade a pairar, a ver tudo.

Sobre a actriz...
Parece-me algo ridículo que Blanchett não seja nomeada para um Óscar. É uma interpretação cheia de sentimento, expressiva e mordaz quanto baste. Tanto leva tudo à frente, como a seguir é humilde no seu fracasso. Fracasso pessoal, familiar e social. Porque os génios também falham. Vão do topo ao fundo, e vice versa, rapidamente. Blanchett mostra todas as nuances com a classe do costume.

O filme está entre o pessoal e familiar, os registos usuais de Linklater. Tem muito do seu dedo, o que no meu entender é óptimo. Não atinge o nível dos seus melhores projectos, mas também não está no mesmo saco daquelas coisas que estranhamente faz para miúdos. Vê-se bem.

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