sexta-feira, novembro 02, 2012

Looper

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Começo por dizer que gostei muito do Looper. Continuo por dizer que sou um pouco suspeito. Acho que antes de ver sequer o genérico inicial já sabia que ia gostar. Adoro o Levitt. Adoro o Willis. Gosto dos secundários que aparecem. E gostei dos anteriores do realizador. Para mais, é sobre viagens no tempo. Não tinha como não gostar. Podia ser a maior trampa a ser feita na história do cinema. Gostaria na mesma. Mas diria que é uma trampa. Seria... Sou, aliás, sempre honesto. E se fosse uma trampa, começaria por aí, em vez de dizer que gostei. Seria algo como «Começo por dizer que, apesar de ser uma trampa, gostei muito do Looper.» Posto isto, tenho que fazer o aviso. Há uma questão fulcral para se gostar do Looper. Tem que se ignorar completamente a questão temporal. Ou seja - e atenção que sei o quão difícil é esquecer a parte das consequências de viagens no tempo num filme sobre viagens no tempo -, é não pensar um segundo no facto de que viajar no tempo tem consequências. De que qualquer acção no presente tem influência no futuro. Pensamento zero. Porque nem é preciso ser um especialista neste tipo de enredos. A história não tem sentido nenhum. O realizador teve que tomar algumas decisões em termos narrativos que, se pararmos para pensar, não fazem um milímetro de sentido. Por isso, é não parar para pensar em momento algum. É focar no facto de que Levitt teve um óptimo trabalho de maquilhagem em cima para parecer-se mais com um Willis novo. É ser surpreendido (mais uma vez) pela capacidade de representação de Levitt, que conseguiu apanhar uma data de maneirismos e trejeitos de Willis. É deixar-se levar pelas cenas bandeirosas de acção interpretadas por um velho com quase 60 anos. Tudo isso é brilhante, a sério. A parte das viagens no tempo... é ignorar por completo. Conseguindo esta difícil (bem sei) tarefa, garanto que Looper é um óptimo visionamento cinematográfico... para quem gosta do género.

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