segunda-feira, dezembro 27, 2010

Come Early Morning

IMDb

Ashley Judd é muito amiga da Joey Lauren Adams. Ok. Isto explica como é que uma interpreta o filme realizado pela outra. Como é que a outra se meteu a realizar o filme, isso já é outra conversa. Uma das hipóteses é que JLA é dum estado do Sul. Este filme é muito de sul. Escreveu-o, ok. Também ajuda saber isso. (Atenção, fui sabendo estes detalhes à medida que ia investigando no IMDb. Algumas pessoas são da opinião que se deve investigar antes de falar ou escrever sobre um assunto. Eu não tenho tempo para essas coisas e sou da opinião que se deve ir fazendo em cima do joelho. Tem muito mais piada assim. Até porque nunca se sabe onde o texto te vai levar.)

Judd interpreta uma moça do sul, no sul. Meio maria rapaz. Senhora de si, mas claro que perdida no mundo. Daddy issues, sempre. Enrola-se com palermas num bar, tudo para fugir na manhã seguinte. A ideia de estar sóbria ao pé dum rapazinho é assustadora. Tanto o avô como o pai são uns idiotas. O mais velho trata mal a avó. O mais novo fartou-se de trair a mãe. A companheira de casa de Judd, Laura Prepon (que dupla!!), aperta com ela, para tentar envolver-se com alguém, saber o nome do meio dele, tomar o pequeno-almoço com ele... Essas coisas giras. Convence-a que tem piada. A coisa não corre especialmente bem e Judd lá vai tendo que lidar com os «pecados do pai» como sendo os seus.

Não é tão mau como soa. Para primeiro ensaio de realização não está nada mau. (Deixa-me lá voltar ao IMDb para ver se foi um primeiro ensaio. Ok, confirma-se. Coitada da JLA. Na página dela, na bio, aparece sempre que andou com o Kevin Smith. Já ali está aquilo desde que a conheço. Será que não há nada mais importante para destacar?) Em todo o caso, de Come Early Morning fica aquele estado de espírito da zona. A calmaria de viver em zonas muuuuuito grandes e de ir fazendo e tratando das coisas, tudo a seu tempo. Fica também o normal que é mudar-se para outra zona, deixando tudo para trás. É um estado de espírito completamente diferente do nosso. Quando os americanos mudam, mudam-se para centenas de quilómetros de distância. E fazem-no na boa. Largam a casa, enchem um carro mais um atrelado, e fazem-se à estrada. Nós para mudarmos para duas horas de distância já é o fim do mundo em cuecas. Cai o Carmo, a Trindade e mais qualquer coisa grande. E curiosamente ainda hoje pensei nesta conversa. Toda a gente pensa sempre em mudar para maior. Um gajo vive em Lisboa e atira para o ar Londres, Paris ou Nova Iorque como sítio para se mudar. Eu mudava para o Texas. Para uma aldeola no meio de lado nenhum, onde sair para comprar leite e o jornal é coisa para demorar três horas. E é normal.

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