quarta-feira, janeiro 27, 2010

A Bela e o Paparazzo

IMDb

É verdade. Fui ver este filme. Não só isso como, se pensarem bem, vi o filme antes de estrear. Não, não tenho uma cunha lá dentro que me arranjou o DVD. Fui mesmo à ante-estreia. Viv'ó luxo!! Sala lotada. Tive mesmo que ficar na frente. Ao que parece, a excitação era grande e foi tudo cedo.

Que se pode dizer? É o que se esperava.
Há muito que se sabem os problemas que há na 7.ª arte nacional. Apesar de tudo, deu para ir vendo evolução. E há mesmo uma coisa ou outra que não é má. Guiões fracos sempre houve. Isso não se pode fazer grande coisa. É preciso talento. Tem que existir só por si. O talento pode e deve ser trabalhado. Só não pode é ser inventado. As duas grande pechas que sempre indiquei eram o som e as falas. Aqui, o som não está nada mau. Já há meios para evitar ter que ver um filme dobrado, do princípio ao fim. Embora tenha notado duas ocasiões onde ainda acontece. Uma fez sentido. Cenas de exteriores, praia e tudo mais. Ok. Não tem problema. A segunda foi quando o Markl se dobrou a si próprio. O objectivo seria dar uma voz mais imponente, uma coisa mais de rádio, a uma frase marcante que tem. O Markl já tem voz de rádio! Para quê o ênfase?! Já as falas... como digo, há evolução. Há tentar fazer a coisa mais natural. Há asneiras, que existem com toda a gente, mas já não se tenta usá-las como artifício para uma pseudo-naturalidade. Os «fixes» não soam tão mal. E há coisas que se dizem já com alguma inteligência. Será das representações? Será da língua em si? Não sei. Já estou meio perdido.

Individualizando. A Soraia pareceu-me bem como diva das novelas, a aparecer nas capas das revistas, a andar nos copos com os artistas. Tem uma cena estranha que não sei se já tinha reparado, se terei bloqueado por tê-la visto nua. A mulher não abre completamente a boca. Abre os lábios, sim. Já os maxilares não se afastam muito. Assustador, pensando nalgumas situações específicas. O rapaz... a representação dele foi muito ioiô. Em mais do que uma cena: saía, voltava atrás, dizia uma fala final e saía, voltava atrás, saía e parecia que era desta!... voltava atrás. Muito exagero. Muito... demasiado. O mais curioso é que o tempo todo lembrava-me um panasca amigo meu. Era ele! Assim sendo, não posso de modo algum criticar a representação. Se me faz lembrar o tempo todo um amigo meu! Não sei se gostei do Virgílio. Por um lado acho que faz um papel reles. Por outro, até acredito que existam muitas pessoas assim. Será realista, apenas não para mim? Quem se safa é a Maria João Luís. Personagem forte feminino, o que não é muito comum. Sai-se com asneiras, sem ser brejeira. Safa-se bem com falas que não são para toda a gente. Safa falas que seriam reles ditas por outros. Gostei. O Markl... epá, no meio desta salganhada toda, o Markl safa-se bastante bem. Não teve assim tanta piada como a senhora atrás de mim pensava ter, mas foi engraçadito. Ele tem aquela voz. O nosso cérebro já está programado para achar aquela voz engraçada. Analisem friamente. Se apanharem um DVD com legendas, cortem-lhe o som. Vão ver que o que diz não é assim tão giro. A entoação é que faz maior parte do trabalho. E sim, gostei da história dos pinguins. Só tenho pena que tenha sido mal explicada.

O grande problema do filme, ignorando as deficiências usuais do cinema português (as que mencionei e as que já nem ligo), terá sido a passagem de tempo. Houve momentos em que deverá ter passado algum. Dias. Talvez mesmo umas semanas. Só que nós, como espectadores, não damos por isso. «Lembras-te de dançarmos na rua?» PUTO!! Isso foi ontem, c@r@lh0!!!! Claro que me lembro! Tenho cara de ter Parkinson?! Eu por acaso sou o Guy Pearce e faço tatuagens no corpo para me lembrar das coisas?!?! Isto complica o visionamento. Não tenho nada contra pessoas terem uma empatia tal, logo ao conhecer, que faz com que a coisa seja especial. Tenho um problema com «olho para ti e vejo verdade» numa relação com dois dias de vida, sendo que um terço desse tempo foi na cama e o outro foi à base de insultos idiotas.

É o que se esperava, meus amigos, não há nada a fazer.

Para finalizar, tenho a dizer que ver um filme onde a Soraia não aparece nua é um pouco contranatural e, que andar na rua descalço, é proibido por lei!

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