quinta-feira, junho 29, 2023

Air


Este filme não faz sentido algum. É um filme não sobre o Michael Jordan, um jogador que não só foi, provavelmente, o melhor da história do desporto, como revolucionou o basquetebol e o negócio à volta. Não, este filme é sobre a Nike.

Atenção que há mérito. Há uma Nike antes do Jordan, outra depois dele. E são universos diferentes. Logo, há todo o mérito na estratégia da empresa, ao atirar uma data de dinheiro a um rookie. Passou de ter uma pequena porção do negócio, para ter uma das maiores fatias. Chegou mesmo ao ponto de entretanto comprar uma das concorrentes que, à altura, estava acima da Nike. Foi o Jordan que fez a Nike que conhecemos aos dias de hoje. Que não restem dúvidas disso. Mas foi a coragem das pessoas que trabalhavam lá na altura, que fez com que o Jordan escolhesse a Nike.

Claro que maior parte dos espectadores não quer ver um filme sobre um negócio que mudou as regras de tudo. Mesmo que seja realizado pelo Affleck, que volta assim a contracenar com o seu BFF. Ninguém, no seu perfeito juízo, pagaria para ver este filme. E por isso é que também é genial a jogada da Amazon, de ter atirado dinheiro a esta gente toda, para poder fazer um filme sobre uma empresa que arriscou tudo para comprar um projecto dum jogador.

Não sei se alguma vez tive umas Nike. Air Jordan não tive de certeza. Não só não gostava dele, como os meus pais não tinha esse tipo de dinheiro para gastar em sapatilhas. Tive All Star e bem que me lembro o que me lixaram os pés. Como é que alguém jogava basquetebol com All Star, nunca hei de perceber. Converse acho que tive. Não sei. Talvez. É curioso como um gajo até esquece se teve ou não sapatos que, hoje em dia, toda a gente quer ter. O mundo deu umas voltas estranhas, nas últimas décadas.

Sem comentários: