segunda-feira, fevereiro 25, 2019

Loving


Para uma típica história do sul dos EUA, nada como ter um casal com uma moça nascida na Etiópia e criada na Irlanda, e um Australiano de gema. Ambos extremamente talentosos, entenda-se. E com experiência neste tipo de papéis. Mas se era para fazer isto, era mesmo preciso ir tão longe. É gente simples, que mal fala. Quando falam têm sotaque do sul. Não é assim tão complicado.

A história, por muito que importante, parece-me mal contada, ou então simplesmente não tem assim tantos detalhes, que justifiquem um filme. OK, foi tirânico expulsar o casal do estado, afastando-os da família, proibindo-os de viverem onde querem viver. Mas não havia grande razão por não querer viver em Washington. Às tantas a grande razão da mudança de volta para casa, ou para perto de casa, foi porque um dos filhos foi atropelado... porque atravessou uma estrada a correr, para ir buscar uma bola e não olhou para os dois lados. Chiça, nem para um lado olhou, quanto mais os dois. Mas é isto. A cidade é um sítio terrível porque os miúdos não podem ignorar regras.

Depois mostra-se que os advogados estão muito mal preparados para o caso (péssimo casting, já agora), mas nunca se vê como dão a volta à coisa. «Ah, pois, isto é difícil. (...) Não, não é. Estava a brincar. Ganhámos o caso!» Até as imagens românticas do casal não têm nada a ver com a realidade que é, como todos nós sabemos, bem mais trapalhona que qualquer filme.

Sei bem que na vida há muito mais a acontecer. Nada é nunca linear. O que digo não é que a história não tenha mérito. Só fiquei com impressão que não valia a pena fazer-lhe um filme. Em especial este.

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