sexta-feira, janeiro 07, 2011

Never Let Me Go

IMDb

Tudo começa de forma relativamente normal. Miúdos num colégio privado, na década de 70. São considerados especiais, muito de soslaio. Parece fazer sentido, já que devem ser ricos por estarem num colégio daquele género. Uns quantos pormenores estranhos. Os miúdos são demasiado deixados ao desbarato. Rapazes estão à vontade para estar sozinhos com as raparigas. Não que façam alguma coisa, mas estão. Três personagens principais. Duas miúdas e um rapaz. O rapaz é meio estronço. Gozam todos com ele. Uma das miúdas acha-lhe piada. Acha-o especial. Parece uma história de triângulo amoroso. A outra miúda, a amiga fútil, é ela que se enrola com o rapaz, só por inveja da amiga. Lá está. Tudo parece normal, à primeira vista. Até que...

Sim, daqui poderá advir um spoiler. Não acho que seja muito, porque imagino que esteja em trailers e em todos os resumos da história. Não acho que seja porque é um twist que aparece nos primeiros 20 minutos. Em todo o caso, fica o aviso: vou revelar o twist da história.

Uma das professoras, uma das que lhes ensina coisas peculiares, como o que pedir num café, nota-se que ela sente-se incomodada com a maneira como as crianças são demasiado bem educadas e apáticas. Choca-se quando sabe o porquê dos miúdos terem medo de sair do terreno da escola. Nem é bem medo, é mesmo pânico. A professora decide-se a falar com eles sem dissimulações, sem «rodriguinhos», e explica-lhe que eles são especiais, mas não no bom sentido. Que enquanto as outras crianças deixam de ser crianças para serem adultos e tornarem-se no que quiserem, desde actores de cinema a empregados de café, as crianças daquela escola deixarão de ser crianças para serem... nada. Nunca terão profissões. Nunca terão famílias. E nunca viverão muito tempo. Porque assim que tiverem idade, os seus orgãos serão retirados e «doados» a outras pessoas.

POW

Claro que acabou por ser despedida. Nenhuma escola quer uma professora que diz a verdade aos miúdos.

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