terça-feira, janeiro 15, 2008

Three Dollars

IMDb

Eddie vê Amanda de nove anos e meio em nove anos e meio.
Não é uma regra, é uma coisa que acontece.
E quase sempre, a quantia de três dólares certos está envolvida, de alguma maneira.

Às vezes, em certos filmes, há um momento que capta a atenção. Há um momento que nos agarra. Até esse momento, vias o filme com interesse, prestavas atenção à história, reparavas num qualquer actor que conhecias de outro sítio. Só que vias o filme com algum... não é desinteresse, é uma espécie de liberdade de compromisso. Se a vida te chamasse para qualquer outra coisa, não faria grande diferença.
Até que aparece um momento. A partir desse momento, começas a prestar atenção aos detalhes. O teu cérebro está a mil, perdido entre o tentar descortinar aonde é que o filme está a ir e atento a tudo o que se passa. Começas a reparar nas fotos lá atrás, no armário cheio de livros. Procuras um que conheças. Reparas que a actriz já usou aquela camisola, logo no início.
E o filme absorve-te. Não sabes que horas são até algum tempo depois de acabar. Por norma parece-te cedo. Já passaste por tanto, como é possível que ainda sejam só nove da noite? Claro que não passaste por nada, mas parece.

O momento foi quando Eddie conhece Nick. Nick é um alcoólatra com um ar meio desorientado. Procura o dono dum cão que está aos seus pés enquanto baloiça outro nos braços. Eddie pára. Ele pára no meio da rua! Pergunta a Nick se está tudo bem. Nick está desconsolado. Precisa de encontrar um dono para o primeiro cão. Ele já tem um, não pode tomar conta de outro. Não há espaço na casa da mãe para dois cães. Eddie aperta-lhe a mão. Eddie fala-lhe da mulher que o espera para jantar. Eddie oferece-se para ajudar. Eddie preocupa-se.
Eddie não existe.

O filme teve esse momento. Foi fixe.
Lamentavelmente acabou por não ter final.
Ficou o momento.

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