quinta-feira, junho 28, 2007

Kontroll

IMDb | Sítio Oficial

E a alegre surpresa da temporada veio do país de onde menos se esperaria: a Hungria!

Neste momento tenho a certeza que alguns já fecharam a janela onde estavam a ler o meu belo blogue para quiçá nunca mais voltar. Para os que ainda estão a ler - mesmo que já tenham cuspido no monitor - os meus agradecimentos por ainda estarem connosco.

No meio de tanta coisa que ando a ver - umas piores, outras melhores - ainda não tinha havido nenhum filme que trouxesse algo de fresco, algo de novo à conversa. Por exemplo, o Coisa Ruim foi agradável de se ver porque eleva o nível médio de qualidade do cinema português mas aí posso apelar ao The Others com um registo muito semelhante.
A questao é que estava a ser agradável ver filmes não em inglês para poder desenjoar um pouco do registo americano/britânico, só que já começava a ser algo cansativo porque não havia nada de verdadeiramente surpreendente no meio da conversa.

Também não vos quero iludir, há muito de cinema americano neste Kontroll. Maneirismos dos personagens, métodos de narrativa e principalmente algumas bocas bandeirosas e personagens clichés. Houve até alguns momentos onde pensei no Trainspotting, devido a um paralelismos do grupo de grunhos, mas principalmente porque havia um gajo igual ao Begbie que, a certa altura, sacou duma serra das calças para proteger-se dum drogado que o ameaçava com uma seringa.

Sim. Uma serra.

Em Kontroll é-nos relatado a vida duma data de revisores de metro...
Este filme é sobre picas e acabei de aperceber-me que poderia ter começado este post com «Eles andem aí!!» e agora o momento perdeu-se. Acho que nunca vou perdoar-me.
Em todo o caso, é sobre uns quantos picas em geral e um em particular. Se pensam que os picas em Portugal são uns malandros - não acredito que alguém pense isso, mas só no caso de - a versão húngara é do piorio! Ao que parece ninguém paga o bilhete por lá, mas em vez de andarem fardaditos no subsolo, andam à paisana e só quando entram no metro e ele começa a andar é que metem umas braçadeiras que indicam a profissão, quais fascistas da sebolândia. Não desfazendo, atenção! Que sou muito apreciador dos outros filmes que fazem por lá....
Bolas, mais uma boa maneira de começar este post completamente desperdiçada!!!! Onde é que ando com a cabeça?!

Não vale a pena acrescentar muito mais. Até porque já estou demasiado deprimido.

Fiquemos por isto: no início do filme aparece um cavalheiro a fazer uma declaração. Ao que parece, este cavalheiro será um qualquer director do metro, ou terá alguma responsabilidade por quem tem acesso ao metro fora de horas. Isto foi o que teve para dizer: «O filme que está prestes a assistir foi realizado por um jovem, que é meu amigo, embora não saibamos um do outro há muito tempo. [...] Muitas pessoas advertiram-me para não o deixar filmar no metro de Budapeste. Tinham medo de que os acontecimentos e as personagens do filme pudessem desacreditar a nossa Companhia. Eu vejo de forma diferente. Eu estou orgulhoso de termos conseguido ajudar um realizador a produzir o seu primeiro filme, ao deixá-lo usar o metro, com a sua especial atmosfera. Estou convencido de que os espectadores serão capazes de separar as localizações do conteúdo da história, e de não identificar as personagens com os nossos revisores de bilhetes, pois o mundo no qual a história se baseia é obviamente simbólico.»

Eu não separo nada. Para mim os picas são todos uns malandros.

Sem comentários: