sábado, janeiro 06, 2024

Indiana Jones and the Dial of Destiny


Saio definitivamente do mundo dos «filmes de Natal», se bem que não saio da fantasia. E também não saio dos filmes feitos a mais. Porque da mesma forma que demasiados filmes de Natal são feitos, todos os anos, também fizeram demasiados filmes do Indiana Jones. Dois, para ser preciso.

Pondo os pontos nos i's, vamos já esclarecer uma coisa a 100%: eu diverti-me a ver o filme. Só que eu sou um gajo fácil. Até ver o Ford todo velho aos saltos, a tentar ser mais novo do que é, até isso dá-me gozo ver. Mais os personagens dos outros filmes darem uma perninha. E o chapéu. E o chicote. E a música. Tudo tem a sua piada de ver. Só que...

A trilogia antiga é perfeita. Nem é uma trilogia, em boa verdade. Dá para ver qualquer um deles de forma individual. Era deixar a coisa estar quieta e não inventar. Para quê estragar? Fizeram uns filmes fixes, na altura certa em que tinham de sair. Parem de tentar repetir a coisa. Tentem sim fazer coisas novas. Não se volta onde se foi feliz. Nunca é a mesma coisa. Porque da mesma forma que deu-me gozo ver o velhote, também deu-me alguma pena. Não é suposto sentir esta parte ao ver um filme pipoca.

Curiosamente, esta semana vi um troço duma entrevista antiga ao Lucas. Ele dizia não ser possível fazer filmes como antigamente. Há demasiada interferência do estúdio. Há demasiados focus groups a dar opiniões parvas. O cinema passou a ser um negócio, quando fazer um filme é suposto ser arte. É suposto fazerem coisas que podem acrescentar algo. Ou mesmo só para ser algo divertido. Mas nunca procurando fazer aquilo que se acha que as pessoas querem ver.

Os Indianas antigos foram feitos por miúdos que queriam fazer algo divertido, algo que achavam fixe. Hoje em dia usam fórmulas para obter sucesso. Não vai funcionar. E, pelo meio, estragam um pouco a memória de algo especial.

É pena.

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