sábado, março 21, 2020

1917


De volta à vergonha Oscariana '20.

Este é um dos quais esperava alguma coisa. Mas ataquemos à cabeça o ponto fulcral deste filme: nunca na vida poderia ser um único plano contínuo.

Seria incrivelmente difícil contar esta história duma só vez. Não que seja uma narrativa tremendamente elaborada. São dois tipos que têm a missão de entregar uma mensagem. Não é isso que está em questão. Acontece que os dois têm de atravessar um campo de batalha e uma cidade francesa destruída. A pé. A fugir de tiros e de aviões a cair. A tentar evitar armadilhas e a procurar comida no processo. É demasiada coisa a acontecer para ser de seguida. Mesmo no teatro a mesma história teria pausas para mudança de cenário.

E atenção que este facto em nada tira força ao filme. Continuam a ser vários planos contínuos muito bem feitos. Honestamente não precisava que o marketing me tentasse com uma cenoura absurda. Veria o filme de qualquer forma. Tenho total respeito pelo trabalho do Mendes. O que acho ridículo é haver pessoas a acreditar num filme de guerra, de quase duas horas, filmado apenas num take. É quase tão estúpido como os tiros falhados nas ruas a direito, na dita cidade francesa em ruínas.

Posto isto, estava a ser um óptimo visionamento até que... Um Lannister irmão dum Stark?! Mas está tudo parvo? Que raio de casting foi este?

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