domingo, setembro 23, 2018

Downsizing


Ainda não sei se é incrivelmente deprimente, ou se até é moralizante.

O mundo vai acabar. É aquele assunto recorrente e sim, é um dado adquirido. Resta saber em que moldes. Se algum cataclismo vai dar cabo da humanidade, ou se é o ser humano que consumirá tudo. É um problema para daqui a séculos. Talvez milénios. Mas é uma realidade. Porque o consumo só aumenta, a humanidade só aumenta e, tanto quanto sei, os recursos não.

A solução encontrada em Downsizing é, muito simplesmente, reduzirmos de tamanho. Com as pessoas mais pequenas, o consumo e desperdício é muito menor. Assim, os recursos existentes durarão muito mais. Mas mesmo desta forma não é solução. Até porque não é muito viável, convenhamos. Algo tão «simples» como a chuva seria causa de morte em massa, em qualquer lado. A chuva como é agora já consegue destruir tanto. Imagine-se tendo um tamanho maior. Uma gota gigante a destruir casas só duma golpada. Mas nada disto acontece, atenção. Nem um insecto se vê no filme. E acredito que formigas, por exemplo, achassem um mimo as comunidades criadas para gente diminuta.

De qualquer modo, apesar dos esforços das grandes mentes da humanidade, isso não chega. O que faz com que o filme seja bastante deprimente. É aqui que entra Damon. Não é um génio. Não é salvador da humanidade. É um pobre coitado a quem, por muito que aconteçam desgraças na sua vida pessoal - e acontecem algumas -, nunca deixa de tentar ajudar os outros. Procura sempre fazer o bem, ser alguém bondoso. Sem esforço. Não o faz de propósito. É-lhe natural.

Pensando que existem pessoas assim no mundo, como não sorrir um pouco, mesmo imaginando que, em «breve», nada haverá para ajudar?

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