sexta-feira, julho 10, 2020

Punchline


Que divertido ver uma comédia sobre os gajos mais deprimidos do mundo, naquilo que afinal é um drama.

Caramba. Isto é uma realidade há imenso tempo e eu não sabia. Há uns anos um colega, que trabalhava com vários cómicos, disse-me que eram os tipos mais deprimentes que conhecia. Conceito estranho, certo? Pois parece ser verdade e não é de agora. Punchline tem um tipo que sempre foi muito engraçado, mais uma Sally Field que também sempre teve uma costela cómica, e uma data de tipos que, não sendo cómicos, foi-lhes escrito comédia para representar. E, no entanto, não gostaria de ir beber um copo com qualquer um deles!

Sobre o filme, voltamos ao problema do costume, que adensou-se mais ou menos nesta altura, e que só piorou com o tempo: porque tem de haver um interesse romântico? A história não pode valer por si? São tipos a vingar na comédia. Malta a esforçar-se para fazer um público rir, só para não cortarem os pulsos ao final do dia. Não houve mesmo necessidade nenhum de Gump estar a oscular a sua futura mãe.

Sinto que esta muleta de qualquer filme começa a desaparecer. Não que tenha grandes certezas. Apenas esperanças. Afina, não é como se a minha senhora me deixasse ver muita coisa para além de comédias românticas adolescentes. Onde é suposto haver drama amoroso.

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