Poder-se-á dizer muita coisa de Allen - e maior parte será legítima - mas uma coisa é certa, o homem não desiste de trabalhar. Não é de agora. Mesmo em fases menos boas, quando cuspia um ou dois filmes por ano e nenhum era bem recebido, continuava a escrever e realizá-los. Que se lixem as críticas. Só quer é fazer mais e mais.
A verdade é que às vezes não devia. Este Festival é um bom exemplo de perda de tempo generalizada. Allen foi excomungado de Hollywood e virou-se assim para onde ainda o aturam. Na Europa continuamos a ligar menos a escândalos sexuais. Em especial cidades que querem ser publicitadas em filmes de Allen, e actores que têm na bucket list entrar num dos seus filmes. Foi para Espanha fazer Festival, levando os actores americanos possíveis contigo. Convenhamos que Gershon e Shawn são péssimas opções para os personagens em questão, apesar de terem talento. Mas não é isso o pior.
Festival continua a mostrar os devaneios de Allen, sempre com um judeu neurótico e pouco atraente a flirtar e a ter possibilidades com uma mulher ligas acima dele. Continuam presentes os desejos de relações abertas, vivências idílicas (clichês, entenda-se) sempre nas mesmas cidades, a noção que fugir da vida que se tem é sempre o melhor. Ah, e que as esposas são umas malandras e os maridos bons rapazes que aturam tudo.
Continuo a gostar do escritor / realizador e continuarei a ver o que faz, mas não creio que vá dar-nos mais alguma pérola.
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