O boxe é um desporto muito cinematográfico. Mais do que qualquer outro, parece-me. É aquela coisa animalesca, de homem contra homem, animal contra animal, em que só um pode sair vitorioso. É fácil mostrar isso, filmar isso. Não me parece que seja tão especial na vida real. O desafio só por si não chama a atenção assim de tanta gente. Há sempre aqueles combates grandes, com títulos muito apelativos, que até rimam. Esses são vistos por todo o mundo ao mesmo tempo. Se bem que... Convenhamos que o último era um boxer contra um tipo da MMA... Já começam a faltar os ganchos.
Isto para dizer que parei um pouco para pensar na dualidade da coisa.
No cinema, o boxe é uma luta majestosa, onde tudo o que se passou fora do ringue é posto lá dentro. E o «bom da fita» ganha quase sempre. Se bem que, para um verdadeiro apreciador do desporto, vai sempre parecer falso. Porque os actores não são atletas. Não têm metade da velocidade e nenhum do talento natural. Podem ter treinado durante meses, mas não treinaram durante anos. E estão a representar e dançar no ringue, não a lutar.
Na vida real há mais velocidade, imprevisibilidade e talento natural. Mas pouco dos dramas da vida real, que ajudam a completar a narrativa ou, pelo menos, a justificar porque dois adultos estão a tentar mandar-se ao chão com os punhos. E se é para ver só isso, então talvez não valha assim tanto a pena.
Ah, e Bleed for This é mais um filme de boxe, sobre superação... yadda yadda yadda.
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