O plano da poia a ser esmagada pelo pneu do carro.
Há algum tempo fui jantar com uns amigos. Um deles já tinha visto Roma e falou sobre o filme. Muito disse. Terá feito um discurso desenvolvido. O certo é que lembro-me perfeitamente dele ter brincado com este plano específico. Claro que ao ver o filme não tive como não esboçar um sorriso quando deu essa cena.
Roma é muito bonito. Ajuda ser todo a preto e branco. Ajuda muito. Pois tudo a preto e branco fica sempre melhor. Mas nem é essa a arma mais forte do filme. O realizador usa e abusa dos planos corridos. São maravilhosos. E ter toda aquela acção a decorrer, à medida que a câmara vai acompanhando alguns dos personagens, é estonteante. É um trabalho notável de ter tanto a acontecer em meros segundos. É de louvar. Mesmo. Só que...
Há sempre um «só que».
Talvez sejam demasiados. Talvez. A certa altura tornamo-nos insensíveis. É como comer nada senão bifanas durante uma semana. Para o fim já não ligamos ao maravilhoso que é a simples sandes. O mesmo se passa em Roma. Dei por mim a revirar os olhos com o raio do último plano corrido na praia. E a cena em si era suposto ter um peso tremendo na história. Distraiu-me. E fez-me desligar da cena, do filme, da angústia da personagem.
Posto isto... Sim, o filme é maravilhosamente bonito, mas é só isso. A história não é incrível. As representações estão ao nível do que nos habituou o cinema europeu durante anos. Ou seja, expressões faciais desprovidas de emoção, à boa moda do teatro ou de casos em que o realizador gostava da face de alguém que não era actor/actriz. Lamento, mas não acho a obra prima que se anda por aí a pintar e que, ou muito me engano, enaltecer-se-á ainda mais na cerimónia dos Óscares.
Cuarón e a sua equipa merecerão estatuetas. Só não tentem convencer-me que é um grande filme. É um videoclip muito longo. É uma pintura que vemos na parede dum museu. Nada mais.
E porque raio chama-se Roma?!
Há algum tempo fui jantar com uns amigos. Um deles já tinha visto Roma e falou sobre o filme. Muito disse. Terá feito um discurso desenvolvido. O certo é que lembro-me perfeitamente dele ter brincado com este plano específico. Claro que ao ver o filme não tive como não esboçar um sorriso quando deu essa cena.
Roma é muito bonito. Ajuda ser todo a preto e branco. Ajuda muito. Pois tudo a preto e branco fica sempre melhor. Mas nem é essa a arma mais forte do filme. O realizador usa e abusa dos planos corridos. São maravilhosos. E ter toda aquela acção a decorrer, à medida que a câmara vai acompanhando alguns dos personagens, é estonteante. É um trabalho notável de ter tanto a acontecer em meros segundos. É de louvar. Mesmo. Só que...
Há sempre um «só que».
Talvez sejam demasiados. Talvez. A certa altura tornamo-nos insensíveis. É como comer nada senão bifanas durante uma semana. Para o fim já não ligamos ao maravilhoso que é a simples sandes. O mesmo se passa em Roma. Dei por mim a revirar os olhos com o raio do último plano corrido na praia. E a cena em si era suposto ter um peso tremendo na história. Distraiu-me. E fez-me desligar da cena, do filme, da angústia da personagem.
Posto isto... Sim, o filme é maravilhosamente bonito, mas é só isso. A história não é incrível. As representações estão ao nível do que nos habituou o cinema europeu durante anos. Ou seja, expressões faciais desprovidas de emoção, à boa moda do teatro ou de casos em que o realizador gostava da face de alguém que não era actor/actriz. Lamento, mas não acho a obra prima que se anda por aí a pintar e que, ou muito me engano, enaltecer-se-á ainda mais na cerimónia dos Óscares.
Cuarón e a sua equipa merecerão estatuetas. Só não tentem convencer-me que é um grande filme. É um videoclip muito longo. É uma pintura que vemos na parede dum museu. Nada mais.
E porque raio chama-se Roma?!
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