Há algumas coisas muito erradas com esta premissa. Para já, Due Date é, para todos os efeitos, um remake do Planes, Trains and Automobiles. O Zack não sei das quantas pode ter piada, mas é uma péssima imitação do John Candy. Mais que não seja, porque não há, nunca houve, nem nunca haverá, alguém como John Candy. E por muito que goste de Robert Downey Jr., o homem não chegará nunca aos calcanhares de Steve Martin. Depois, é todo o factor Alf. Vi uns episódios da série há pouco tempo e posso dizer que não há um único motivo para aquela família gostar do Alf. Em situação normal, uma família viveria duas semanas (se tanto) com o bicho. Depois arranjavam maneira dele ter um «acidente» e deixavam o corpo no caixote do lixo, como qualquer animal de estimação de que não se gostava muito e que não cabe na sanita. Mesmo como espectador é difícil gostar do Alf. E atenção que quando era miúdo a-do-ra-va o último habitante de Melmac. O mesmo se passa em Due Date. Não há justificação nenhuma para Downey Jr. tolerar o Zack-nome-ridículo. Ele é irritante e só atrapalha. Sim, é de lhe roubar o carro e deixá-lo à beira da estrada.
Apesar desta conversa toda, Due Date tem duas ou três cenas engraçadas, muito no registo da parvoíce, tipo Hangover. Vê-se bastante bem num domingo à tarde em que não há vontade de fazer nada que não vegetar no sofá. E como essas tardes são maravilhosas. Como anseio pela reforma, em que todos os dias são domingos à tarde. siiiiiiigh
Como última nota, um claro sinal de que não interessa assim tanto a representação, que o conteúdo do que dizem também é importante: Downey Jr. até que é bom actor; se ele quiser, consegue fazer coisas muito boas, como até já fez, mas nunca na vida, por muito que tenha o cu virado para a lua dos Óscares, vou acreditar nele a dizer: «I've never done drugs in my life.» O personagem pode nunca ter dado na drogas. Já tu, Roberto, devem haver drogas com o teu nome, algures no mundo.
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