domingo, outubro 17, 2021

Moving


Termino também a minha lista de filmes com Richard Pryor, igualmente da pior maneira. Regra geral, o que fica para o fim não é o melhor. Excepção feita à última garfada dum prato, ou última dentada numa sandes.

Em Moving, Pryor tem de mudar de cidade, com toda a família. Tudo porque é um excelente engenheiro de transportes e há uma empresa que quer muito contratá-lo. E porque está desempregado há algum tempo, depois de ter sido despedido. O que contraria a ideia que é um excelente engenheiro de transportes, mas essa não é a parte mais estúpida do filme.

Pryor propõe-se a tratar de toda a mudança, como forma de convencer a família. Faço notar que, em momento algum, é mencionada a profissão da esposa, se está disposta a abdicar do seu trabalho ou o que vai fazer na nova cidade. É ridículo, mas continua a não ser a parte mais estúpida do filme. Só a mais injusta.

Tudo corre mal. Os tipos das mudanças são uns pulhas e falham todos os prazos, partem coisas e até roubam outras. Nunca mais entregam os pertences da família na nova casa, que está diferente do que quando foi comprada (os anteriores proprietários levaram a piscina, por exemplo). O muito jovem Dana Carvey, que ficou de conduzir o carro de Pryor, duma cidade à outra, afinal não é o tipo certinho que parecia e devolve a viatura em formato tipo Mad Max, com armas no banco de trás, etc. E quando Pryor vai para começar o trabalho novo, o projecto é cancelado em plena polémica, com desvio de fundos e afins. Tudo isto é parvo, mas não é a parte yadda yadda.

Pryor sempre foi um totó. Sempre deixou que abusassem dele. Quando quis fazer um pirete ao ex-patrão, quando foi despedido, levantou o dedo errado. Até ao dia em que perde o emprego e aí salta-lhe a tampa. Foi a última gota. Vai à boca a tipos o triplo do tamanho usando artes marciais, ameaça com armas, toma de assalto o camião das mudanças em plena estrada, tudo e mais um par de botas. Resolve todos os problemas da sua vida com violência.

E viveram todos felizes para sempre. O fim.

Sem comentários: