Segunda frustração do mês.
Tudo começou com um trailer muito ao estilo de Guardians. Registo simples, divertido, descomprometido. Ou seja, apesar de pertencer a um universo maior, teria liberdade para ser algo individual, mais puro.
Não podia estar mais enganado em relação a um filme.
A DC não manda uma para a caixa. O que é absurdo. Tem personagens mais populares que os da Marvel. Muito se fala dos problemas da DC/Warner Bros. e porque não conseguem atingir o nível de sucesso da Marvel/Disney. O problema é apenas um só. Estão a tentar competir com alguém muito maior. É o mesmo que dizerem que o Portimonense deve competir com o Benfica. Não estão na mesma liga. Outra vez: não tem nada a ver com o material de BD. Tem a ver com os estúdios. A Disney tem dinheiro a rodos e dá-se ao luxo de fazer o que lhes apetecer com os filmes. Porque mesmo que não se paguem, vão buscar dinheiro no merchandising, nos parques de diversões, ou mesmo nos filmes seguintes. É uma máquina em andamento onde os filmes não são peça essencial. Isso dá uma liberdade criativa enorme aos tipos que foram buscar para meter a máquina em funcionamento. Mais uma vantagem - e voltando às analogias do futebol -, da famigerada estrutura.
A Warner não tem assim tanto dinheiro e, pior, acha que tem estrutura. O que acaba por acontecer é:
- fazem filmes com a arrogância de quem joga na primeira divisão, achando que podem fazer as coisas à sua maneira, com os mesmos resultados;
- falham miseravelmente nos objectivos;
- voltam atrás nas ideias;
- tentam fazer o mesmo que os outros, sem as mesmas armas (ou seja, jogam com dois pontas-de-lança, sem terem alguém perto do nível do Jonas ou do Mitroglou).
Suicide Squad e seguintes continuam e continuarão a falhar porque o estúdio continua sem ter uma ideia clara do que quer.
> Achavam que queriam algo negro, ao estilo da trilogia Batman, do Nolan. = Fazem o Man of Steel, uma banhada que nada tem a ver com o personagem.
> Misturam tudo e mais alguma coisa no BvS, porque acham que podem sacar um Avengers logo à segunda.
> Ambos falham no tom, logo o melhor os próximos terem um tom divertido como o Guardians, e muita acção para adultos, como o Deadpool.
Acaba por sair umas coisas sem identidade nenhuma, que não se sabe se são carne ou peixe. Ou, pior, tofu. Decidam-se, caramba. Apostem numa coisa e vão com ela até ao fim. Se não funcionar, ao menos tentaram e saiu algo próprio, vosso. Não tentem é fazer logo 20 filmes. Comecem com três ou quatro e logo se vê a partir daí.
Squad não era suposto ser divertido. (Não que o seja, atenção, apenas o tenta ser.) Eu pensava que tinha sido ao contrário. Que o realizador queria divertido e que o estúdio tinha metido o bedelho e tornado a coisa negra. Andei a ler sobre o assunto. Afinal não. O tal primeiro trailer foi feito por uma empresa que nada tinha a ver com a produção do filme. O que é delicioso só por si, quando um realizador não tem voto na matéria no registo dum trailer. Quando BvS começou a receber más críticas, o estúdio insistiu que Squad fosse mais divertido. Algo complicado, quando maior parte do projecto já tinha sido filmado. Em todo o caso, o estúdio fez uma versão, e o realizador outra. Divertido vs. negro. Mostraram a um público amostra. Claro que preferiram o divertido. O estúdio mandou então fazer-se uma estupidez de reshoots, que só encareceram o filme, fazendo-o perder fio condutor de narrativa e um mínimo de identidade.
Squad torna-se assim numa salgalhada horrível: o vilão é péssimo e nota-se; o plano vilanesco é uma cópia duma data doutros filmes (já chega de raios para o céu, pode ser?); os personagens são forçados a fazer certas coisas, por questões de história e não por serem como são; há gajos que aparecem ou desaparecem sem grande justificação (Joker, Slipknot, Boomerang); entre outras coisas. Mas a cena que me irritou mais (de muitas, seja claro) é que a Waller et al deram armas e puseram os vilões em liberdade (por muito que condicional), sem lhes explicar minimamente o plano e o que estava em causa.
Eles são vilões, pessoal! Dos loucos, ainda por cima. Podes meter-lhes os chips no corpo que quiseres, que explodem se eles pensarem sequer em armas. Se não lhes explicas isso, e se lhes dás uma arma para as mãos, vais levar um tiro no cornos. Independentemente do número de militares armados à volta. Não é só o espectador que precisa de explicações e contexto narrativo. Os personagens também, idiotas de m€rd@!
Fiquei frustrado. Para além de irritado. Porque por muito que seja Team Marvel, no fundo o que quero é ver bons filmes baseados nas histórias e personagens que conheço e adoro. E a DC está a falhar totalmente nesse capítulo.
Tudo começou com um trailer muito ao estilo de Guardians. Registo simples, divertido, descomprometido. Ou seja, apesar de pertencer a um universo maior, teria liberdade para ser algo individual, mais puro.
Não podia estar mais enganado em relação a um filme.
A DC não manda uma para a caixa. O que é absurdo. Tem personagens mais populares que os da Marvel. Muito se fala dos problemas da DC/Warner Bros. e porque não conseguem atingir o nível de sucesso da Marvel/Disney. O problema é apenas um só. Estão a tentar competir com alguém muito maior. É o mesmo que dizerem que o Portimonense deve competir com o Benfica. Não estão na mesma liga. Outra vez: não tem nada a ver com o material de BD. Tem a ver com os estúdios. A Disney tem dinheiro a rodos e dá-se ao luxo de fazer o que lhes apetecer com os filmes. Porque mesmo que não se paguem, vão buscar dinheiro no merchandising, nos parques de diversões, ou mesmo nos filmes seguintes. É uma máquina em andamento onde os filmes não são peça essencial. Isso dá uma liberdade criativa enorme aos tipos que foram buscar para meter a máquina em funcionamento. Mais uma vantagem - e voltando às analogias do futebol -, da famigerada estrutura.
A Warner não tem assim tanto dinheiro e, pior, acha que tem estrutura. O que acaba por acontecer é:
- fazem filmes com a arrogância de quem joga na primeira divisão, achando que podem fazer as coisas à sua maneira, com os mesmos resultados;
- falham miseravelmente nos objectivos;
- voltam atrás nas ideias;
- tentam fazer o mesmo que os outros, sem as mesmas armas (ou seja, jogam com dois pontas-de-lança, sem terem alguém perto do nível do Jonas ou do Mitroglou).
Suicide Squad e seguintes continuam e continuarão a falhar porque o estúdio continua sem ter uma ideia clara do que quer.
> Achavam que queriam algo negro, ao estilo da trilogia Batman, do Nolan. = Fazem o Man of Steel, uma banhada que nada tem a ver com o personagem.
> Misturam tudo e mais alguma coisa no BvS, porque acham que podem sacar um Avengers logo à segunda.
> Ambos falham no tom, logo o melhor os próximos terem um tom divertido como o Guardians, e muita acção para adultos, como o Deadpool.
Acaba por sair umas coisas sem identidade nenhuma, que não se sabe se são carne ou peixe. Ou, pior, tofu. Decidam-se, caramba. Apostem numa coisa e vão com ela até ao fim. Se não funcionar, ao menos tentaram e saiu algo próprio, vosso. Não tentem é fazer logo 20 filmes. Comecem com três ou quatro e logo se vê a partir daí.
Squad não era suposto ser divertido. (Não que o seja, atenção, apenas o tenta ser.) Eu pensava que tinha sido ao contrário. Que o realizador queria divertido e que o estúdio tinha metido o bedelho e tornado a coisa negra. Andei a ler sobre o assunto. Afinal não. O tal primeiro trailer foi feito por uma empresa que nada tinha a ver com a produção do filme. O que é delicioso só por si, quando um realizador não tem voto na matéria no registo dum trailer. Quando BvS começou a receber más críticas, o estúdio insistiu que Squad fosse mais divertido. Algo complicado, quando maior parte do projecto já tinha sido filmado. Em todo o caso, o estúdio fez uma versão, e o realizador outra. Divertido vs. negro. Mostraram a um público amostra. Claro que preferiram o divertido. O estúdio mandou então fazer-se uma estupidez de reshoots, que só encareceram o filme, fazendo-o perder fio condutor de narrativa e um mínimo de identidade.
Squad torna-se assim numa salgalhada horrível: o vilão é péssimo e nota-se; o plano vilanesco é uma cópia duma data doutros filmes (já chega de raios para o céu, pode ser?); os personagens são forçados a fazer certas coisas, por questões de história e não por serem como são; há gajos que aparecem ou desaparecem sem grande justificação (Joker, Slipknot, Boomerang); entre outras coisas. Mas a cena que me irritou mais (de muitas, seja claro) é que a Waller et al deram armas e puseram os vilões em liberdade (por muito que condicional), sem lhes explicar minimamente o plano e o que estava em causa.
Eles são vilões, pessoal! Dos loucos, ainda por cima. Podes meter-lhes os chips no corpo que quiseres, que explodem se eles pensarem sequer em armas. Se não lhes explicas isso, e se lhes dás uma arma para as mãos, vais levar um tiro no cornos. Independentemente do número de militares armados à volta. Não é só o espectador que precisa de explicações e contexto narrativo. Os personagens também, idiotas de m€rd@!
Fiquei frustrado. Para além de irritado. Porque por muito que seja Team Marvel, no fundo o que quero é ver bons filmes baseados nas histórias e personagens que conheço e adoro. E a DC está a falhar totalmente nesse capítulo.
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