Já disse o quanto gosto de ter um serviço de streaming com filmes Portugueses? Não sei. Se calhar disse. O mais provável é já o ter dito algumas vezes. Sei que tenho uma tendência para repetir-me. Aliás, o que faço apenas e só é repetir-me. Não tenho mais nada de novo para dar ao mundo. O que consegui aprender está aprendido. O que consigo ver está visto. O que era capaz de fazer já fiz. Há algum tempo. Agora é só repetição do mesmo comentário ou história. Fica aqui revelado, para quem ainda não o descobriu. Eu disfarço bem porque tento não passar muito tempo com as pessoas. Mas é bastante flagrante.
De qualquer modo, gosto muito de ter um serviço de streaming com filmes Portugueses. A programação da HBO Max é boa só por si (maior parte é fundo de catálogo, mas não nos prendamos com detalhes), tendo ainda acesso a produção nacional - que muita mais falta me faz hoje em dia - é óptimo. E eu gosto do trabalho do realizador. No meio do marasmo que é o cinema Português (na minha opinião), estes filmes são um oásis, com bastantes belos pormenores.
Concretamente sobre Km 224, percebo de onde veio a ideia e acho algumas partes bem conseguidas. Não consegui identificar-me com os personagens. São reais, porque têm defeitos e fazem coisas horríveis como todos nós. E sei também que há por aí milhentos casais como este, que se odeiam e, em especial, às suas respectivas características principais, mas que têm filhos mesmo assim. Não percebo como este casal esteve junto tanto tempo. Ele é descontraído demais, o que leva a desleixo. Ela é super controladora e quer tudo certinho. Odeiam-se, como é óbvio. São pólos opostos. No entanto, aturaram tudo o que odeiam no respectivo parceiro, tempo suficiente para terem dois filhos. Ainda para mais passam boa parte do filme a queixar-se do que foi a relação e fazendo coisas absurdas que justificam cada um pelo ódio que têm um pelo outro.
Foi-me complicado ter empatia com dois personagens que têm tanto do que não gosto nas pessoas. Contudo, gostei de ver o filme e foi um tempo muito bem passado. E isso é que interessa.
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