Ah, voltar aos inocentes anos 90. Uma altura em que não passávamos o tempo todo a olhar para ecrãs, em que Nova Iorque ainda não era o sonho de toda a gente e que seria possível andar na rua numa noite de Halloween. Que período romântico.
Landline é sobre uma família nova iorquina. O pai é um tipo simples e que tenta ser divertido, o bom da fita para as suas duas filhas. A mãe tenta ser mãe e mulher com carreira, ao mesmo tempo. A filha mais velha está noiva e tem dúvidas sobre se quer ou não casar com o totó, o que faz com que vá para a cama com uma antiga paixoneta da universidade. A filha mais nova experimenta heroína, diz asneiras a torto e a direito, bebe e fuma, e descobre que o pai está a trair a mãe. Mas é boa rapariga, atenção. Tudo enredos simples e bem dispostos, numa altura em que não era possível saber onde toda a gente estava a toda a hora e em que pessoas ligavam de telefones públicos para ouvir as mensagens em atendedores de chamada.
Quão inocente sou eu? Sou inocente ao ponto de ter vivido os anos 90 e, mesmo assim, achar que o pai não estava a trair a mãe. A filha mais nova descobre umas cartas de amor numa diskette, por acidente. E eu pensava que era tudo para o passatempo dele, que andava a escrever (mal) uma peça de teatro. Nunca vimos o homem a fazer nada de mais, e eu convencido que as filhas (a mais nova diz à mais velha) estavam só a confundir tudo. Claro que Landline tinha de ser uma história pessoal de divórcio nos anos 90, aquele período onde tal coisa ainda era pesada e difícil de lidar. Hoje em dia parece tão banal e comum quanto encomendar comida em casa.
Por falar nisso, talvez use o telefone fixo para encomendar umas pizas hoje. Nah! Nem sei se esse velho bicho ainda está ligado. Vamos lá mas é usar o belo do Uber Eats.
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