De volta aos Óscares do ano passado, depois de duas tentativas falhadas em Mudbound e Phantom Thread, filmes que recuso-me a ver porque... «não há paciência», à falta de melhores palavras. Tentei. A sério que tentei. Do primeiro ainda vi meia hora de vários personagens como narradores à vez. Do segundo foi bastante menos. Acho que dez minutos, se tanto. Convenhamos que é uma história dum alfaiate mau feitio. A ironia é notória, bem sei.
Darkest Hour, contrariamente ao que pensava, encheu-me as medidas. Oldman está brilhante, como se sabe. E a história de Churchill é, de facto, notável. Claro que é fácil falar hoje em dia. A História pertence aos vencedores. Todas as decisões que tomou são vistas como as acertadas, dado os resultados obtidos. Mas se assim não tivesse sido, provavelmente seria considerado o pior homem na História de Inglaterra. OK, talvez não o pior, mas teria caído em desgraça. Churchill teve muita coragem no que fez. O que o filme conta é que tomou o pulso do que queria a nação e avançou, contra tudo e todos. Ajudou-lhe a óptima decisão sobre Dunkirk, mas não foi só isso. Recusou-se a ceder à opção que seria mais fácil. Recusou-se a ceder à tirania. Fê-lo por teimosia, da qual tinha bastante, mas também porque era o que deveria fazer.
Poderia ter arruinado o Reino Unido. Felizmente não o aconteceu. Ficamos com o prazer de poder ver outros a tentar com o Brexit.
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