Não estava nada à espera que este filme fosse tão «fora». Quer dizer, não esperava nada de especial. Não sabia assim tanto sobre o filme ou do que tratava. Sabia apenas que é escrito, realizado e interpretado por Zoe Lister-Jones (que é maravilhosa, já agora). Mas eu já vi outros filmes dela, e apesar de ser peculiares, não eram isto.
É o fim do mundo. Um meteorito vai atingir a Terra às duas da manhã e vai tudo à vida... Ou à morte? Não sei se a expressão aplica-se aqui. No último dia Zoe anda por LA a visitar família e amigos. A dizer os últimos adeuses, a resolver brigas antigas, a procurar catarse em todas as suas relações mais importantes. Anda por todo o lado acompanhada duma versão mais nova dela própria.
Não é outra pessoa. Não é um eufemismo para a filha. Não. É uma manifestação física da sua psique, em forma dela adolescente.
E qual é a piada? Foi filmado no Verão passado, durante a primeira quarentena. Ou seja, não há ninguém na rua, os actores mantêm distância de segurança. Não andam de carro, porque seria demasiado elaborado. No fundo, esta malta de Hollywood não sabe estar quieta em casa. Zoe ligou aos amigos - e se tem uma bela agenda de contactos! -, passou por casa deles e filmou umas coisas. Provavelmente até pelo bairro. Com amigos, vizinhos, etc. Assim fez o seu filme. Alguns poderão dizer que já vem tarde. Eu tiro-lhe o chapéu pela iniciativa.
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