No final do filme dizem que Capote nunca mais acabou outro livro depois de In Cold Blood, o livro que dá origem a este filme. O que tenho a dizer em relação a isso é: AINDA BEM!!! É da maneira que não se metem a fazer outro filme destes.
Invariavelmente, quer os realizadores queiram ou não, o que é certo é que este tipo de filmes biográficos têm que seguir uma determinada fórmula. A primeira... vá lá, meia hora de filme, convém ser de apresentação ao personagem principal de modo a que uma empatia seja criada com o público, para que, independentemente do que venha a acontecer até ao final, as pessoas se possam relacionar de alguma maneira. Aqui não! Nos primeiros cinco minutos já percebemos que Capote pensa ser o melhor escritor do mundo e que quer, qual capricho, fazer um artigo acerca de homicídios no meio do Kansas. Cinco minutos depois já pede bastante dinheiro para poder ficar por tempo indeterminado a fazer pesquisas. Cinco minutos depois e, só porque sim, já quer fazer um livro da coisa. Pois claro!
O passo seguinte é conhecer os criminosos, meio por acidente, e apaixonar-se por um deles. Depois, nada como usá-los para favorecer o seu livro e, consequentemente, a sua carreira. Um advogado aqui, uns favores ali, umas mentirinhas acolá e é tudo normal.
E aquela meia hora final é de virar o barqueiro. Às tantas, enquanto os assassinos estão à espera de morrer enforcados, temos Capote desolado, a chorar pelos cantos, enfiado numa cama, dia e noite. Isto é o quê? É suposto ter pena dele? É ele a vítima?! Por favor.
Podia culpar tudo na vozinha. A voz é bastante irritante, mas nem é por aí. À voz acho que me conseguia habituar. O meu problema era o ar dele, aquela prepotência mas, acima de tudo, o que não suportava no gajo era a maneira de rir e as piadas. Isso é que não dava.
Podia estar aqui a noite toda a mandar vir com este filme mas tenho coisa melhores para fazer, como bater com a cabeça na parede, por exemplo.
6 comentários:
relativamente à tua pergunta... epá o miguel é que fez os templates para o nosso blog, daí que não te saiba dizer como foi
sorry!!
bacci e ate 6a
é verdade que o filme é mauzinho mas o filipe é muito bom. É verdade que ele já era bom antes mas gostei do facto de pela primeira vez ele ficar com o papel que merece. O principal.
Percebes que o facto de teres odiado tanto aquele would-be Capote significa que o Phillip Seymour Hoffman fez precisamente aquilo que se pede a um actor, não percebes?
mas estou contigo. what a waste of my time.
O Philip é o maior, sem margem para qualquer dúvida e sim, o facto de odiar o personagem poderia ser bom, mas não teve esse efeito, infelizmente. Acho que isso só funcionaria se fosse um vilão decente e não uma menina que passa o tempo todo a chorar!
E para ti Pedro: E perguntar ao rapaz, é treze?
meu caro... continuo a axar que nao percebeste o filme
;)
abraço
Não há muita coisa a perceber. O Capote era um fuínha que usou uma situção trágica de pessoas infelizes para ganhar dinheiro/fama.
Até pode nem ser isso mas foi o que o filme me transmitiu.
O Hoffman está brilhante? Sim, se aquele era o Capote, sem margem para qualquer dúvida.
Só que uma interpretação brilhante não faz um filme. E muito menos faz com que se consigo gostar do gajo.
Enviar um comentário