A cena que fez-me mais confusão é que o gajo precisaria de p'raí 50 horas para fazer tudo o que supostamente faz no seu dia-a-dia. E sei que os alfacinhas vão achar um exagero mas por isso é que sempre que combino qualquer coisa com um deles, em Lisboa, o que acontece é que fico uns bons 20 minutos à espera, até fazer o belo telefonema que não é atendido. 10 minutos e um sms depois recebo um telefonema: «Tou aí daqui a cinco minutos!», dizem-me. 10 minutos depois começo a dar toques só para perceberem que estou a ficar irritado. 10 minutos mais tarde lá chegam. Isto tudo em «cinco minutos».
Já este gajo vem do Cacém, faz uns quantos afazeres curriqueiros, anda de casa em casa pela baixa e centro de Lisboa durante a «manhã», ainda vai ao aeroporto durante a «hora de almoço» e passa o resto da tarde na rua a distribuir panfletos. Ao «final da tarde» vai ter com a esposa com quem está um bocado, até ter que ir representar numa peça de teatro. Depois disso é só uma questão de voltar ao Cacém a meio da noite (toda a gente sabe que à noite é num instante) e ver 6(!) horas de filmagens de ruas. 6 horas que equivalem a 24h de gravação em velocidade x4, segundo ele. Talvez não sejam 6 horas, afinal não acredito que o gajo veja as gravações da noite, mas mesmo assim.
Independentemente desta incongruência temporal, o filme tem realmente bastante qualidade a nível de produção e mesmo a nível de história. Ajuda não ter muitas falas pois isso é que costuma estragar-me as produções portuguesas. Não é aquela coisa que na altura disseram que era mas se formos a ter em conta a qualidade média nacional, não está nada mau não.
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